sexta-feira, 26 de março de 2010

A corrente do Bem


Uma das coisas que eu mais admiro no Bork é a sua generosidade. Desde que me lembro estar com ele, já perdi a conta de quantas pessoas eu assisti ele ajudar. Quantas vezes estava na estrada, indo para o trabalho ou de férias e, de repente, ele encostava o carro e , antes de eu olhar para lado, ele já estava lá, tentando ajudar alguém parado. Podia ser num Mercedes ou num Fusca, um bebum sem dono ou um cachorro. Ele tem o impulso do bem; vai lá, faz alguma coisa em vez de só olhar, em vez de só ter pena. Depois, entra no carro de volta, ou vai trabalhar, e segue com se nada tivesse acontecido. Não comenta com ninguém, como se nada de diferente tivesse ocorrido - como alguém que não precisa dizer para ninguém que é bom, simplesmente é. São tantas as pessoas que ele ajuda todos os dias, e que só eles sabem.
Onde ele trabalha, ele é chefe. Sabe como é essa coisa de chefe, não é fácil agüentar a turma do contra, mas ele é chefe de todos. Pela sala dele, passam não só problemas de trabalho. Lá, as pessoas batem, até os do contra, com seus problemas e sonhos pessoais e encontram alguém disposto a dar uma mão para que se levantem ou um empurrão para que realizem seus sonhos.
Não, ele não é perfeito, nem é um herói, ele é só um ser humano do Bem.

Ontem, nosso carro estragou. Eu fui levar o Léo no futebol, estacionei, fechei o carro e fiquei com ele até o técnico e os colegas chegarem. Quando o Oscar e eu fomos pegar o carro para buscar a mãe e a Vicky no shopping, o carro estava morto, não dava um suspiro, as travas elétricas não funcionavam – nada. Fui ao manual tentar ver se eu tinha apertado alguma coisa, o Oscar e o macaco dele (sim, agora ele tem o Junior, que é o "Óscar", um macaco que parece de verdade, toma dedeira, tem soluço e faz barulho de macaco- o tempo todo!) dentro do carro, elas, esperando no shopping e eu só imaginando o que fazer, quanto aquilo ia custar. Liguei para o seguro, eles tentaram mandar um guincho, mas àquela hora, já não tinha mais ninguém trabalhando.


Chamamos um taxi, pegamos a sacolama e a tralha de escolas que tinha lá dentro e deixamos o carro dormindo no YMCA, onde ele apagou , com um bilhete no painel “bateria morta, busco amanhã, obrigado” . O Léo e a Kika, não é preciso dizer, logo raciocinaram que não ia dar para ir na escola no outro dia, não conseguiam esconder um leve sorriso enquanto fingiam preocupação.


Cheguei em casa desanimada, nessas horas é tão bom ter um marido para resolver esses pepinos, não é? Depois de uma noite mal dormida, pensando em guincho, mecânico e falta de carro quem sabe por alguns dias – sem falar nos gastos, pois a hora de trabalho de um mecânico aqui é US$100,00, acordamos, tomamos café e fomos, a Kika e eu, até lá, de taxi.
Lá estava ele. Dei aquela tentada da esperança: nada. Liguei para o seguro, me disseram para chamar qualquer guincho que depois eles reembolsavam. Entrei no escritório do lugar onde estava, o YMCA, para pedir um guia telefônico. Eu sabia que, não conhecendo nada aqui e sendo mulher, teria que lidar com a sorte, afinal não sei NADA de mecânica de carro.
Escolhi um guincho e liguei, agora precisava da mecânica. Sentei no carro, bastante chateada, pois, além de tudo, semana que vem é "spring break", as crianças não tem aula e nós tínhamos planos que envolviam o carro.
De repente, não sei de onde, vem um homem já com umas ferramentas na mão perguntando se podia dar uma olhada na bateria. Podia? Estás brincando! É claro! Abri o capô e ele só disse: “liga para o guincho e cancela, eu fui mecânico 25 anos e posso dar um jeito nisso em 10 minutos”. E foi o que aconteceu.
Aquilo que seria um longo dia de guincho, mecânica, gastos e espera ficou em 10 minutos de muita gentileza e generosidade de um desconhecido, que estava ali, naquela hora. Lá estava ele, um homem simples, com uma história de vida nas costas, dois empregos para conseguir sustentar a família, tirando de seu tempo, só para me ajudar.
Agradeci muito, perguntei a ele de que forma poderia recompensá-lo e ele só me respondeu “só estou fazendo pela senhora o que gostaria que fizessem para minha esposa se ela estivesse numa situação dessas, só isso”. Nessas horas não tem como não pensar na mão de Deus fazendo essas casualidades ocorrerem.
Lembrei do Bork e de quantas famílias ele já indiretamente ajudou... é a corrente do bem.

4 comentários:

  1. Lindo e emocionante e isso acontece mesmo! Que muitos outros vocês possam ajudaR E ASSIM ESSA CORRENTE ANDA SEMPRE!BEIJOS,TUDO DE BOM!

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  2. Querida e amada prima! Tu nem te dás conta para quantas pessoas tu já alcançaste a mão, muitas vezes levando um belo de um "bolo" como agradecimento... Mas uma vez é diferente da outra, e as pessoas sempre mereceram a tua confiança e bondade!!!! Tu recebeste uma ajuda sim, mas também proporcionaste que alguém sentisse o sentimento maravilhoso que se sente quando se faz o bem sem nenhum interesse, simplesmente por poder fazer.
    É por essa e por um milhão de outras que eu te adoro e te admiro tanto!!!!!
    Um abração em todos aí,
    Adriana

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  3. que legal! gentileza gere gentileza.... nao podemos esquecer nunca de ser do bem, porque eh aqui mesmo que pagamos e recebemos pelos nossos atos...
    diz pra vics que o pai dela esteve lah no cafe ontem, parece contente com a chegada da maninha. soh que os planos de um lindo final de semana de sol em floripa.... vao ficar soh nos planos, porque o sol pra variar foi passar o fimdi em outro lugar... eu fico feliz pque assim o ice man nao pensa em levar as princesas pro seu reino distante...
    beijos,
    mona

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  4. Aqui vai o meu comentário e aproveitando os anteriores. A adriana sabe bem o que está dizendo. O que eu posso dizer sobre o bem é que você Stefanie representa o que tenho de melhor e por isto eu preciso agradecer:
    -agradecer os momentos mágicos que já vivemos e viveremos;
    - agradecer por sua determinação em desejar sempre o bem e olhar para o caminho certo;
    - agradecer pelo carinho que dedicas a todos nós;
    - agradecer pela admiração que me contagia a cada fala sua;
    - agradecer pela família que me deste a oportunidade de pertencer;
    - agradecer pela segurança que teus olhos me dão;
    - agradecer, finalmente, a DEUS que me deu a oportunidade de ser melhor e do bem por causa de um anjo de nome Stefanie a quem dedico meu amor!

    Te amo Stefanie Moreira Bork!

    Carlos Bork

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